Um dos maiores riscos das grandes cidades são os predadores que espreitam ao nosso redor. O animal mais perigoso do mundo é o ser humano. Nenhum outro animal é tão imprevisível, violento e engenhoso como nós. Para sobreviver, é preciso ter consciência dos perigos que nos cercam e como enfrentá-los. Este post vai ensinar como você pode se preparar para se defender com sete princípios básicos.

Defesa pessoal é um conjunto de técnicas e estratégias que uma pessoa pode aprender para se proteger em situações de perigo iminente. O objetivo da defesa pessoal é garantir a segurança individual e a integridade física, permitindo que uma pessoa se defenda contra possíveis agressões ou ataques.

A defesa pessoal envolve o conhecimento e a aplicação de técnicas físicas, habilidades de comunicação, consciência situacional e medidas preventivas. Vale lembrar que isso não se limita apenas a habilidades físicas de combate, mas também inclui a capacidade de reconhecer ameaças, evitar situações perigosas e buscar ajuda quando necessário. Esses princípios podem ser encontrados até mesmo nos ensinamentos de Sun Tzu.

É importante ressaltar que aprender defesa pessoal não significa buscar violência ou se tornar agressivo. Ela visa a autodefesa e a proteção, priorizando a segurança e o bem-estar de todas as pessoas envolvidas. É recomendado procurar por aulas e instrutores qualificados, que possam ensinar técnicas adequadas e promover uma abordagem responsável e ética da defesa pessoal.

O coronel americano Jeff Cooper ficou famoso por associar os estágios de atenção com cores, simbolizando o nível de alerta. Ele também escreveu um pequeno livro contendo princípios de defesa pessoal. O problema é que em geral, os princípios não apontam o fim. Então, para cada um desses sete itens, vou dar exemplos práticos de como aumentar sua própria capacidade de se proteger e de proteger as pessoas ao seu redor.

1. Alerta

O princípio do alerta enfatiza a importância de estar consciente do ambiente ao seu redor. Cooper defende a adoção de um estado de alerta constante, conhecido como “consciência situacional”. Isso significa estar atento aos detalhes, observar possíveis ameaças, identificar comportamentos suspeitos e avaliar a segurança do ambiente em que você se encontra.

Às vezes, a gente perde a luta. Isso pode ser perdoado. O que você nunca pode perder é a sua atenção. Saiba quem está nas suas costas e preste atenção a qualquer coisa fora do lugar. Para colocar isso em prática, faça um jogo. Sempre que alguém se aproximar de você sem que você perceba, faça um X numa folha de papel ou bloco de notas.

Quando você vir alguém antes que ele perceba você, marque um O. Tente manter os O maiores do que os X. Se você tiver um mês inteiro sem X, é prova de que adquiriu um novo hábito.

2. Decisão

Decisão diz respeito à importância de tomar decisões rápidas e eficazes em situações de perigo. É preciso ter um plano de ação claro e estar preparado para responder a uma ameaça iminente. Tente adquirir a mentalidade de “ação imediata” para neutralizar a ameaça o mais rápido possível.

Quando o conflito acontece, você tem poucos segundos para decidir o que fazer. É muito difícil se preparar para isso se não for através da criação de um instinto de sobrevivência. A melhor atitude quando somos atacados é contratacar e isso não é intuitivo para a maioria das pessoas. Portanto, você vai precisar desenvolver essa ideia.

Estabeleça cenários na sua mente. “Se __________ acontecer, eu vou fazer ________”. Faça isso sempre que tiver tempo desocupado. Esses exercícios de imaginação vão ajudar a ter uma visão clara da sua capacidade de reação. O pensamento tático conduzirá ao comportamento tático, mesmo que seja apenas teórico. É a base para tudo.

3. Agressividade

Estamos falando em defesa e não em ataque. Nosso oponente tem a vantagem de dar o primeiro golpe (não necessariamente de atingir você). Por outro lado, a partir desse momento, você tem todo direito de responder com violência. Não se iluda: o oponente não vai jogar limpo.

Uma resposta tão violenta ou mais do que a agressão inicial pode dissuadir seu oponente de continuar atacando. Ele pode perceber que caiu numa enrascada e decidir que a melhor forma de sobreviver é tentar buscar outra vítima.

Não quero que você treine agressividade atacando pessoas na rua. A melhor forma de treinar a agressividade é usando a indignação. Leia os jornais, assista ao noticiário. As pessoas não tem o direito de fazer o que estão fazendo! Os bandidos merecem sua raiva e não o seu medo. Você não precisa de coragem nem de força para enfrentar uma agressão, apenas de raiva.

4. Velocidade

Quanto mais rápido for um confronto, melhor. Combinando isso com o princípio anterior, você tem uma enorme vantagem. Está certo que “velozes e furiosos” é nome de filme, mas é bem aplicável à sobrevivência urbana. Talvez você perca a luta, mas nunca pode perder um único segundo. Faça com os outros o que gostaria que fizessem com você, mas faça primeiro!

Para treinar a velocidade, antecipe-se aos passos das pessoas próximas de você. Seja o primeiro a se levantar para a senhora que subiu no ônibus, reduza o tempo de casa para o trabalho ou de pequenas tarefas do dia a dia, como lavar a louça. Aprenda que o uso correto do tempo pode salvar a sua vida. Você precisa ser rápido e não justo. Seu oponente precisa estar no chão antes de descobrir o que o atingiu.

5. Calma

Não adianta de nada ser rápido se você fizer besteira. Perder a cabeça, muitas vezes é sinônimo de perder a luta. Se você der um soco na testa de alguém vai machucar sua mão mais do que o oponente. É mais eficiente usar os dedos nos olhos. O autocontrole é uma vantagem que você pode ter sobre ele.

Muitas vezes, ouvimos histórias de policiais bem treinados que erraram o tiro em um criminoso que estava a apenas 10 metros de distância. No stand de tiro, esse mesmo policial acertaria o alvo com facilidade, mas na situação real, a adrenalina age e ele perde a cabeça (e algumas vezes, a vida).

Para treinar a calma, pratique a temperança. Há um ditado entre os fãs de esportes de aventura: “devagar que estou com pressa.” Diversos outros esportes ensinam isso: futebol envolve estratégia e técnica, ensinando a manter a calma para desestabilizar o time adversário. Escalada, vela e outros esportes de aventura também ensinam isso.

6. Brutalidade

Isso parece o slogan de Cobra Kai, mas ter compaixão em relação a alguém que nos ataca injustamente pode ser um perigo. A lei não permite que você cometa excessos ou se vingue de um agressor, mas certamente protege quem repele violência com violência. Ele precisa ser detido imediatamente e completamente.

Alguém com intenção real de agredir, matar ou de alguma forma violar sua integridade física não está preocupado em poupar sua vida. É razoável que você devolva na mesma moeda. Praticar a brutalidade pode ser difícil num contexto não provocado, pois você pode acabar criando a agressão injusta.

A melhor maneira de fazer isso é praticar com algum parceiro. Seja praticando artes marciais ou em exercícios de resiliência, em que há uma troca de ofensas. Da mesma forma que a agressividade, a indignação é uma boa fonte de brutalidade. Coloque esse sentimento em prática.

7. Surpresa

Em geral, esse é um elemento de ataque. Por outro lado, o ataque é a melhor defesa e o contrataque é mais eficaz do que a mera esquiva. Surpreenda o oponente, desequilibre-o e você terá uma clara vantagem no combate. Esse princípio já era ensinado por Miyamoto Musashi.

A defesa significa que tivemos que dar ao oponente o privilégio do primeiro golpe. Isso não significa que não possamos surpreendê-lo taticamente. Se tivermos nos mantido alertas e antecipado seus movimentos, seu oponente será desestabilizado pelo seu contrataque violento e imediato.

Palavras calmas ou senso de humor também podem funcionar nessa hora. O agressor fica sem saber o que fazer diante de alguém que não tem medo dele. Como praticamente de artes marciais, já fiz isso algumas vezes na vida e venci muitas lutas de rua sem precisar tocar no assaltante. Para treinar o elemento surpresa, aprenda a não ceder.

Quando você sabe que tem controle da situação, seu oponente perde a ação. Não importa sua força, violência ou eficácia. A surpresa costuma ser o elemento decisivo em qualquer contrataque. Pratique usar respostas inesperadas com interlocutores. É um bom começo. Observe quando alguém acha que completou uma tarefa e respira aliviado. Nessa hora, dê uma nova atribuição inesperada e observe sua reação. Você vai se surpreender…

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *