Uma das maiores preocupações do sobrevivente urbano é em adquirir, estocar e conservar alimentos. Essas barras de energia caseiras são a solução ideal: duráveis, baratas de preparar e nutritivas o suficiente para manter alimentar por um dia inteiro. Aproveite para despertar o chef de cozinha que existe dentro de você.

Mesmo que você não tenha nenhuma experiência em cozinha, essas barrinhas (eu prefiro deixar em formato de bolachas) são muito fáceis de preparar. Você pode até reunir as crianças para ajudar.

Antes de colocar a mão na massa (não resisti à piada), quero explicar um pouco mais sobre por que é tão importante ter essas barrinhas no seu kit. Emergências acontecem quando menos se espera e mesmo que você seja pego de surpresa, precisa estar pronto para reagir com calma e segurança. Na maioria das vezes, a sua não é a única vida que está em jogo.

Informações nutricionais e gastronômicas

Quando você vai preparar seu kit de emergência, precisa levar algumas coisas em consideração. Algumas comidas são fáceis de guardar e o que funciona para uma pessoa ou família pode não funcionar para outra.

Na hora de estocar alimentos, existem alguns aspectos que precisam ser levados em consideração:

Vamos observar cada um desses fatores

Calorias

Apesar de todos os alertas dos nutricionistas, calorias são o combustível do nosso organismo. Nosso corpo precisa consumir calorias para obter energia. Em situações de crise, alimentos com grande conteúdo calórico podem fazer a diferença, já que vão manter seu nível energético estável e capaz de realizar mais tarefas.

Se você for capaz de encontrar uma grande quantidade de energia compactada em pouco espaço, terá a vantagem adicional da facilidade de transporte. Isso pode ser crítico quando está carregando sua comida nas costas.

Sabor

É uma ilusão acreditar que o sobrevivente precisa se adaptar a comer qualquer coisa. Sim, é preciso manter a mente aberta, mas as condições de estresse e ansiedade podem ser aliviadas com uma refeição tão nutritiva quanto saborosa. Tente pensar em todas as vezes que o cheirinho de café da cozinha começou a animar o seu dia antes mesmo de tomar o primeiro gole.

Eu recomendo que você leve o sabor em consideração na hora de preparar o seu kit. É perfeitamente possível sobreviver comendo insetos e PANCs, mas um apoio moral pode ajudar a dar aquele passo adicional na vontade de continuar vivo.

Preparo facilitado

Assim como as calorias são fonte de energia, conservar energia é fundamental. Seja na forma de calor como de tempo, quanto mais rápido sua refeição estiver pronta, melhor. Você terá mais tempo para planejar uma rota de fuga e vai poupar energia.

Existem alimentos prontos para comer que envolvem apenas a adição de um pouco de água quente. Outros, ainda, sequer precisam disso, como no caso que vou mostrar daqui a pouco.

Validade

Quanto mais tempo determinado alimento ficar na sua prateleira, menos você precisa se preocupar em repor. Existem alimentos que podem durar até 10 anos sem perder valor nutricional ou sabor. Os alimentos que tem validade curta precisam ser rotacionados com frequência e você precisa vigiar de perto.

Se você prefere não se preocupar com o seu kit ou tem medo de perder algum lembrete de reposição, é melhor escolher alimentos com validade mais longa. Isso também é aplicável no caso de kits que ficam fora da sua casa, em algum esconderijo ou refúgio.

Peso

Por último, vem a questão do peso. Imagine transportar três dias de comida nas costas. Isso pode tornar uma caminhada mais longa extremamente cansativa. A maioria de nós não está acostumado a levantar muito peso.

Opções de alimentos

Existem algumas opções de alimentos que satisfazem a maioria desses requisitos. São fáceis de obter, relativamente baratos e simples de preparar. Veja alguns exemplos:

Todas essas opções são simples e podem ser compradas em qualquer supermercado. Em lojas especializadas, você também pode adquirir MREs (meal-ready-to-eat ou refeição pronta para comer), que fazem parte da ração militar.

Com uma pequena variedade dessas opções, você consegue formar um bom cardápio semanal para a sua família. Basta fazer uma seleção cuidadosa e planejar com antecedência.

Uma curiosidade histórica: os alimentos enlatados foram criados para ajudar Napoleão Bonaparte a alimentar suas tropas durante a campanha de guerras na Europa.

Barras caseiras

As barras de sobrevivência caseiras cumprem todos os requisitos. Elas são leves, altamente calóricas, saborosas, estão prontas para comer logo depois de desembaladas e duram uma eternidade. Eu preparei uma leva no ano passado e ainda tenho algumas que parecem perfeitamente frescas.

Todos os ingredientes necessários são fáceis de encontrar em mercados de qualquer lugar do Brasil. Servem como uma forma de adoçar os dias mais amargos da sobrevivência, o que pode ser bom para as crianças e para levantar a moral da tropa.

Pessoalmente, eu não gosto de comer muitas seguidas, pois acho que cansa o paladar, mas já aconteceu de ter uma pequena urgência durante o dia e ter que ficar sem almoço. Bastou uma bolacha para me sentir alimentado por toda a tarde.

Eu adaptei essa receita a partir de um livro de Angela Paskett. Ela ensina a obter, organizar e cozinhar alimentos e e água em situações de crise. Agora, vou compartilhar com você. Cada “fornada” vai ter cerca de 2.400 calorias, que é considerada a quantidade diária necessária para sobrevivência.

Depois de prontas, elas podem ser comidas diretamente, secas, ou cozidas em um pouco de água, para dar uma aquecida no corpo.

Ingredientes
Modo de preparo
  1. Misture a aveia, leite em pó e açúcar numa vasilha de metal.
  2. Numa panela média, misture a água, gelatina em pó e mel. Mexa constantemente e leve ao fogo até levantar fervura. Apague o fogo imediatamente.
  3. Junte a mistura quente aos ingredientes da vasilha. Misture bem. Ficará muito seco e pode ser difíicil formar uma massa. Vá juntando água aos poucos até conseguir trabalhar a massa. Cuidado para não deixar úmido demais.
  4. Forme a massa. Você pode dar o formato que preferir: um único “pão” mais ou menos do tamanho de um tijolo ou abrir sobre papel manteiga, num retângulo de 23 cm x 33 cm. Depois, corte em barras individuais antes de desidratar. Fiz um cilindro e cortei com a faca, formando bolachas.
  5. Coloque numa assadeira e desidrate no forno a 90°C a 120°C, até bem seco (cerca de 2 horas). Você também pode usar um desidratador por 4 a 5 horas a 63°C. Dica profissional: se você não souber deixar seu forno em temperatura tão baixa, deixe a 200 °C e abra a porta e coloque a assadeira sobre a porta aberta, fora do forno.
  6. Quando as barras esfriarem completamente, é hora de embalar. Não faça isso com elas quentes, pois vão gerar umidade dentro da embalagem. Você pode colocá-las numa embalagem a vácuo ou zip-loc. Pessoalmente, embalei individualmente: primeiro enrolei em papel manteiga e depois, com papel alumínio. Assim, não corria o risco de dar cor ou sabor estranho do metal e também mantinha protegido.

Mesmo que você nunca tenha cozinhado na vida, essa receita é muito simples. Vale a pena ter, como forma de se preparar para imprevistos e circunstância ameaçadoras.

Deixa nos comentários que sabor de gelatina você escolheu!

Uma resposta

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *