O Chamado da Floresta de Jack London é um romance clássico publicado pela primeira vez em 1903. O livro conta a história de Buck, um cão doméstico que é roubado de sua casa em uma cidade na Califórnia e vendido como cão de trenó durante a corrida do ouro no Yukon, no final do século XIX. A narrativa explora a transição de Buck de uma vida confortável como animal de estimação para a vida selvagem e implacável do Alasca. O livro retrata as lutas de Buck para sobreviver em um ambiente hostil, bem como seu desenvolvimento de instintos primitivos e sua conexão com seus ancestrais lobos.

A série Resumos de Livros foi criada para oferecer a você uma explicação inicial dos livros que eu considero fundamentais para a formação intelectual de qualquer pessoa. Sobreviver também significa ser inteligente. Além disso, numa situação de isolamento, livros podem oferecer ótima companhia. Todos os livros que forem resumidos aqui foram lidos por mim. Apesar de eu buscar ajuda para interpretar e resumir, considero uma questão de integridade só apresentar o que li em primeira mão. Os links para compra dos livros são afiliados

Você deve estar se perguntando por que um blog de sobrevivência incluiria este título entre seus livros recomendados. Na verdade, O Chamado da Floresta pode ser relacionado com a formação ética e moral do homem moderno de diversas maneiras. Apesar de ser uma história centrada em um cão, os temas e lições do livro podem ser aplicados aos seres humanos e à sua jornada ética e moral. Eu acredito que esses são temos caros ao sobrevivente.

A obra de Jack London é conhecida por sua exploração dos instintos animais, da natureza humana e do conflito entre civilização e vida selvagem. “The Call of the Wild” (título em inglês) é considerado um dos romances mais populares e influentes de London e continua a ser apreciado por leitores de todas as idades até hoje. Se você não quiser spoilers, pule para a sessão 5 aprendizados.

Resumo do livro (contém spoilers)

O Chamado da Floresta” de Jack London é um romance emocionante que narra a jornada de Buck, um cão doméstico, à medida que ele é arrancado de sua vida confortável e é lançado na dura realidade da vida selvagem no Alasca durante a corrida do ouro. Ao longo do livro, Buck passa por uma transformação profunda, adaptando-se aos desafios e perigos do ambiente selvagem. Ele desperta seus instintos primitivos e se conecta com sua verdadeira natureza enquanto luta pela sobrevivência em uma sociedade de cães de trenó governada pela lei do mais forte.

Durante sua jornada, Buck forma um vínculo especial com seu mestre, John Thornton, demonstrando lealdade e amor incondicionais. No entanto, quando Thornton é morto, Buck se entrega completamente à sua natureza selvagem e se junta a uma alcateia, respondendo ao chamado da vida selvagem dos lobos. O livro aborda temas como a dualidade da natureza humana, o conflito entre civilização e vida selvagem, a importância de encontrar nossa verdadeira identidade e a força dos laços emocionais.

Com uma prosa poderosa e uma rica exploração da natureza humana e animal, “O Chamado da Floresta” cativa os leitores ao retratar a jornada épica de um dócil cão em busca de sua essência selvagem. É uma história que nos lembra da importância de nos reconectarmos com a natureza, de encontrarmos nossa autenticidade e de seguir o chamado interior que nos conduz à nossa verdadeira identidade.

Confesso que tirei proveito dos meus conhecimentos de inglês para ler o texto em seu idioma original. O livro é muito pequeno, com apenas 7 capítulos e resolvi apresentar o que extraí em cada um deles. Vou fazer esse resumo enumerando os capítulos com seus títulos originais.

Capítulo 1: “Into the Primitive” O livro começa apresentando Buck, um cão de porte grande e forte que vive uma vida confortável em Santa Clara, na Califórnia. Ele é sequestrado e vendido como cão de trenó durante a época da corrida do ouro no Yukon, no Alasca. Buck experimenta pela primeira vez a dura realidade da vida selvagem, sendo forçado a se adaptar a um novo ambiente.

Capítulo 2: “The Law of Club and Fang” Buck é levado para o norte do Canadá, onde é vendido para um dono de trenó chamado François. Ele aprende rapidamente as regras brutais da vida no Ártico, onde é governado pela “Lei do Porrete e da Presa”. Buck testemunha a violência e a brutalidade dos outros cães de trenó e começa a se adaptar a essa nova ordem social.

Capítulo 3: “The Dominant Primordial Beast” Buck continua a se ajustar à vida no Ártico e começa a desenvolver seus instintos primitivos. Ele aprende a lutar por sua comida e a sobreviver em um ambiente implacável. Buck também testemunha a morte de Curly, uma das cadelas de trenó, o que o faz perceber que a vida selvagem é cruel e impiedosa.

Capítulo 4: “Who Has Won to Mastership” Buck é vendido para um novo mestre chamado John Thornton, que demonstra bondade e compaixão por ele. Buck desenvolve um vínculo forte com Thornton e se recusa a deixá-lo. Thornton o salva de ser espancado até a morte por outros homens e Buck passa a proteger e servir Thornton com lealdade.

Capítulo 5: “The Toil of Trace and Trail” Buck e Thornton se juntam a uma expedição de busca de ouro. Buck se destaca como o líder do grupo, liderando os trenós pelos perigosos caminhos da região. Durante essa jornada, Buck começa a sentir o chamado da natureza selvagem e se vê atraído pela floresta.

Capítulo 6: “For the Love of a Man” Buck e Thornton encontram um local isolado nas montanhas, onde vivem em harmonia com a natureza. Buck desenvolve um forte amor e lealdade por Thornton, que se torna seu único ponto de referência no mundo humano. No entanto, Thornton acaba sendo morto por nativos americanos, deixando Buck desolado e sedento por vingança.

Capítulo 7: “The Sounding of the Call” Buck se entrega completamente aos seus instintos selvagens e se junta a uma alcateia de lobos. Ele se entrega à vida selvagem e abraça sua verdadeira natureza, correndo livremente pela floresta. Buck atinge o ápice de sua evolução e responde ao chamado da natureza.

Os 5 aprendizados do livro (sem spoiler)

Para qualquer sobrevivente e em especial para qualquer pessoa preocupada em proteger e manter sua família, este livro é quase obrigatório. Ele ensina duras e importantes lições que não podem ser esquecidas em momento algum. Essas são as lições que eu aprendi e compartilho agora com você.

  1. Adaptação à mudança: Buck, o protagonista do livro, é confrontado com circunstâncias adversas quando é levado da vida confortável em uma casa para a dura realidade da vida selvagem no Alasca. Ao longo da história, ele aprende a se adaptar e sobreviver em um ambiente completamente diferente. Esse aprendizado ressalta a importância da adaptabilidade diante das mudanças da vida.
  2. Instintos e natureza selvagem: O livro explora os instintos naturais de Buck e sua conexão com a natureza selvagem. À medida que ele é exposto aos desafios do ambiente selvagem, seus instintos primitivos emergem e o ajudam a sobreviver. Isso nos lembra da importância de nos conectarmos com nossa própria natureza e intuição.
  3. Força interior: Buck enfrenta inúmeras dificuldades e desafios ao longo da narrativa. Sua força física é importante, mas é sua força interior, sua determinação e vontade de viver que o impulsionam a superar obstáculos. O livro nos ensina sobre a importância de cultivar nossa força interior para enfrentar os desafios da vida.
  4. Lealdade e conexões humanas: Buck desenvolve uma profunda lealdade a seu mestre, John Thornton, e se torna um amigo e protetor fiel. O relacionamento entre eles destaca a importância das conexões humanas, da amizade e da lealdade. O livro nos lembra que essas conexões podem trazer significado e propósito às nossas vidas.
  5. O chamado da natureza: O Chamado da Natureza” aborda a ideia de que há uma parte de nós que é atraída pela natureza selvagem, pela liberdade e pela vida em harmonia com o ambiente natural. Buck responde a esse chamado e encontra sua verdadeira essência na vida selvagem. Isso nos lembra da importância de nos reconectarmos com a natureza e de ouvirmos nosso próprio chamado interior.

O livro destaca a dualidade da natureza humana, retratando Buck como um ser que possui uma parte civilizada e domesticada devido à sua criação como animal de estimação, mas também uma parte selvagem e instintiva que emerge quando ele é exposto à vida na natureza. Essa dualidade reflete a complexidade das motivações e comportamentos humanos, mostrando que todos nós carregamos dentro de nós uma mistura de elementos civilizados e primitivos.

Ele também explora o conflito entre a vida civilizada e a vida na natureza selvagem. Buck é retirado de sua vida confortável como animal de estimação e é jogado em um ambiente selvagem e implacável. Conforme ele se adapta à vida na natureza, o livro questiona o impacto da civilização na verdadeira natureza humana e sugere que, apesar dos confortos e convenções da sociedade, há uma parte de nós que anseia pela liberdade e pela conexão com a natureza.

Ao longo do livro, Buck é confrontado com a necessidade de sobreviver em um ambiente hostil. Ele precisa lutar por comida, proteger-se de outros animais e aprender as regras da hierarquia social entre os cães de trenó. Essas situações destacam a natureza competitiva e a luta pela sobrevivência presentes não apenas nos animais, mas também nos seres humanos. O livro nos lembra que a competição e a sobrevivência estão profundamente enraizadas em nossa própria natureza.

O relacionamento de Buck com seu dono, John Thornton, e sua lealdade e amor por ele demonstram a capacidade dos seres humanos de formar laços emocionais profundos com outras criaturas. Através desse relacionamento, o livro aborda temas como empatia, compaixão e conexões emocionais significativas. Ele nos lembra que, embora possamos ter uma natureza selvagem e competitiva, também somos capazes de amor, cuidado e compaixão pelos outros.

O que é “civilizado”?

O Chamado da Natureza” explora a relação entre civilização e vida selvagem ao longo da narrativa, apresentando uma visão contrastante desses dois aspectos da existência humana.

Inicialmente, o livro retrata a vida de Buck como um cão doméstico em uma cidade civilizada, onde ele vive uma vida confortável e protegida. A civilização é associada à comodidade, aos luxos e aos padrões sociais estabelecidos. No entanto, quando Buck é levado para o Alasca e exposto à vida selvagem, ele experimenta uma transformação.

A vida selvagem no livro é retratada como um ambiente implacável, onde apenas os mais fortes sobrevivem. Os animais são governados pela “Lei do Porrete e da Presa”, onde a violência e a competição são as regras. A natureza selvagem é apresentada como um lugar de desafios, mas também de liberdade e autenticidade.

Ao longo da história, Buck gradualmente abraça sua natureza selvagem, desenvolvendo seus instintos primitivos e adaptando-se às demandas do ambiente natural. Ele se torna um líder de matilha e, eventualmente, é atraído pela floresta, respondendo ao chamado da vida selvagem. A relação entre civilização e vida selvagem no livro sugere um contraste entre a segurança e os confortos da vida civilizada e a liberdade e a conexão com a natureza selvagem.

Por um lado, a civilização oferece proteção, conforto e estabilidade, mas também impõe limitações e restrições. Por outro lado, a vida selvagem representa a liberdade, a conexão com a essência primal e uma busca por autenticidade.

A história de Buck também levanta questões sobre a natureza humana e se a civilização na verdade nos afasta de nossa verdadeira essência. Através da jornada de Buck, o livro sugere que a vida selvagem pode despertar um chamado profundo dentro de nós, um desejo de se reconectar com nossas raízes e encontrar uma sensação de plenitude e propósito.

Do ponto de vista do autor de “O Chamado da Natureza“, Jack London, encontrar nossa verdadeira identidade é um tema central e crucial no livro. London acredita que há uma parte essencial e instintiva em cada indivíduo que pode ser obscurecida ou reprimida pela influência da sociedade e das convenções civilizadas.

No decorrer da narrativa, Buck passa por uma jornada de autodescoberta. Ele é arrancado de sua vida confortável como animal de estimação e é forçado a enfrentar os desafios e perigos da vida selvagem. À medida que Buck se adapta a esse ambiente hostil, ele gradualmente desperta e abraça seus instintos primitivos, conectando-se com sua verdadeira essência como um cão selvagem.

A importância de encontrar nossa verdadeira identidade, de acordo com London, está em reivindicar nossa autenticidade e liberdade. Buck é retratado como um exemplo de ser que se liberta das amarras da civilização, seguindo seu chamado interior para a vida selvagem. Isso implica em reconhecer e honrar nossa conexão com a natureza e abraçar nossos instintos primordiais.

Resumindo

Ao longo da história, London sugere que a busca pela verdadeira identidade envolve romper com as restrições da sociedade e se reconectar com nossos impulsos naturais. Encontrar nossa verdadeira identidade nos permite viver de acordo com nossa natureza autêntica, em vez de sermos moldados pelas expectativas e convenções sociais.

Além disso, a busca pela verdadeira identidade também está associada à realização pessoal e ao senso de propósito. Quando Buck encontra sua verdadeira essência na vida selvagem, ele se sente completo e encontra um senso de pertencimento e significado.

Em suma, para o autor Jack London, encontrar nossa verdadeira identidade é um processo de autodescoberta que envolve se reconectar com nossa natureza primal, romper com as amarras da sociedade e viver em harmonia com nossos instintos e impulsos autênticos. Essa jornada nos leva a uma sensação de liberdade, realização pessoal e alinhamento com nossa verdadeira essência.

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